22 de setembro de 2012

O Sol às seis

Foto original: http://goo.gl/9vdQK

Musiquei o pôr-do-sol de hoje só para que você possa tê-lo para sempre. Tristes seriam os dias, pois, se não tivéssemos um pôr-do sol como esse. Sereias sedutoras e botos cor-de-amor se encontram e se desencontram no horizonte, prontos para encantar e abandonar. Estava eu nadando com eles nesse oceano de incertezas, onde jazem corpos que tais mães d'água abortaram de tanta tristeza. Tristeza no pôr-do-sol onde o elíptico deus brilha como uma moeda de ouro: Isso não pode acontecer. Toco as notas e entrego-lhes em uma sequência de imbatível prazer. Você se regozija com a melodia, perfumada e iluminada como seu corpo nu.
O momento nunca vai se esvair. Sim, meu bem, podemos ficar nele eternamente. Serpenteando e entrelaçando nossas minúsculas existências diante do Deus Moeda de Ouro. Os botos tiram o chapéu para nós e invejam nosso amor; as iaras nem se atrevem a tentar uma aproximação. Nada estraga isso, e as nuvens sorriem e se fundem com as pedras. Deitamos nelas como se estivéssemos em um felpudo colchão celestial e elas nos levam ao Sol. Nossos olhos ardem; cerramo-los e só a claridade inigualável nos perscruta e nos atravessa como uma alma repleta de energia que nos fortalece. Que nos completa. Sim, meu bem, somos fortes como todos os planetas juntos, como o fogo de todas as estrelas na palma de nossas mãos. As estrelas estão, sim, em nossas mãos. Reluzem e se alegram, fazemos malabares com elas.
Musiquei isso tudo, e é para sempre. É para nós dois. Espero que consiga entender.

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