24 de novembro de 2011

Me iRita



E aqui estou eu
oferecendo o que tenho de costume
escrevendo sobre o que aconteceu
quando senti o teu perfume.

Foi como uma perfeita tempestade...
Uma chuva de verão que dura o dia inteiro,
dessas que molha com vontade
e que te faz lembrar o cheiro.

Algo que não é o pra sempre
mas tem toda beleza do agora
Então peço que se concentre
e me escute noite a fora.

á pouco tempo eu conheci um anjo
sem asas ou aureola.
Mas que inspira a compor arranjos...
quando penso em como és bela.

lamento s o texto constrange-la
mas voce merecia ouvir,e eu dizer...
Menina dos olhos de estrela,
foi um prazer te conhecer.

Com olhos castanhos doces,
como sendo a Deusa de minha nova criação.
E mesmo se não fosse
seria ao menos minha inspiração...

Com a boca que inveja Afrodite,
carnuda e rosada inspirando o beijo.
Mesmo que não acredite,
é capaz de incitar desejo.

Com o ar de menina
que deixa sem ar o escritor.
Algo como a beleza natalina,
ou nunca ter ganho uma flor.

Que quer viajar o mundo...
com mil historias a sua espera.
Que fez 1 hora passar num segundo
enquanto a Bela ouvia a Fera...

Com a voz que faz tudo parecer melhor
estando certa sobre o mundo e sua crueldade...
dando ouvidos ao que já sei de cór
e sonhando por outra realidade.

Um filme de Palhaço,um frapuccino de natal
O tipo de garota que merece esta escrita.
O dia em que vi a beleza do trivial
Passando meu sabado com Rita.

22 de novembro de 2011

Dores



Analgésicos não me acalmam mais.

Tudo pulsa em vermelho, nada me satisfaz.

Estava no meio da noite quando acordei
 
Cansado, inflamado... nunca mais deitei.


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Tinha muito tempo até o sol raiar
Abri todos os vidros que pude alcançar

Botei tudo na goela e empurrei com água.

(Tempo para que as cápsulas virem nada)

(...)

Os meus olhos, bem,
Eles nunca mais voltaram a se fechar.
Nunca mesmo, sabe.
Nunca mais saíram do lugar.


O sol ia e voltava,
Ia e voltava,
Ia e voltava,
Tremia e brilhava.


Acho que não era essa a dor que sentia,
A dor de fibra, músculo, pele.
Nem mesmo a do coração,
De quando quem gosto me repele.


É uma dor diferente,
Uma dor que não tem cura.
A dor de quando vi
que a vida é tão pura.


Tão pura, tão... simples.
Eu era cego a tal fato.
Quando finalmente consegui vê-lo,
Eu já era um insensato.

19 de novembro de 2011

Adversidade condizente?

Minhas atitudes falam por si só
e nossa situação continua o ó.
Nesse jogo de interesses fingidos,
o final eu sei bem, sentimentos feridos.

Mas em que problema eu fui me meter?
A luz que me guiava ofuscou meu valor,
perdido no escuro sem ter para onde correr.
dificultando a saída desse grande labirinto, o amor.

18 de novembro de 2011

Sem fé

Conto inspirado em várias músicas do Faith No More.




Aquele homem entrou de novo no bar. Entrava todo dia, mas não era querido pelas pessoas, muito menos por mim. Ele me intrigava, na verdade. Era uma presença estranha na minha vida, não tinha paz no olhar.
Seus olhos transpiravam cafeína.
— Copo de quê? – Perguntei.
De tristeza. — Ele disse isso sério como sempre.
Peguei um uísque qualquer e despejei em um copo qualquer com uma quantidade qualquer de gelo. Entreguei-o com indiferença.
~

Bebericava o uísque sem muita firmeza quando peguei o barman olhando para mim por mais de um segundo completo. Tive certeza que ele já estava olhando para mim há algum tempo antes de flagrá-lo.
— O que é?
Você sabe.
Eu sei. E ele quer saber.
Fiz um sinal com o copo para que ele chegasse mais próximo. O bar estava na sua última meia hora de funcionamento, eu sabia que ele não recusaria esse momento, afinal o movimento era desprezível no local.
— Pristina. Esse é o nome dela.
Ex-mulher?
E filha.
E lá se foi mais um gole.

~

— Conheci Pristina há quatro anos. Ela tinha dezesseis.
Ele descrevia sua filha de um jeito pouco convencional. Dizia que quando a conheceu parecia um bebê saltitante. Era tão inocente quanto uma bala de morango.
Deu detalhes físicos pouco impressionantes. Corpo pouco desejável, rosto cheio de espinhas... Era só uma mulher.
— No entanto, toda essa composição física dela a fazia parecer ter uns vinte e poucos. Era uma moça quieta, mas adorava sorrir por qualquer motivo. Era até boba de tão inocente.
— Até aí, não vejo problema algum.
— Você sentou aqui para me ouvir, e não para falar, certo?

~

Por um momento, pensei em pedir desculpas. Mas já era tarde demais, deixei que ele se remoesse de ódio de mim. Tenho a arte de fazer inimigos.
Terminei o uísque e deslizei o copo pelo balcão, longe de mim. Queria qualquer coisa com muita cafeína. Talvez só muita cafeína fosse o bastante.
— Pristina e eu nos conhecemos no supermercado. Na noite seguinte, estávamos fazendo sexo na minha casa. Ela se mostrou muito fácil, fácil como uma manhã de...
— Domingo. Comparações estranhas, as suas.
Ele conhecia The Commodores e não perguntou por que diabos eu tinha feito sexo com a minha própria filha. Talvez ele fosse legal.
Ela engravidou. Gêmeos. Miguel e Alan. Continuamos juntos. As coisas iam melhores do que tínhamos planejado.
Pausa para cafeína. Levantei e logo agarrei uma lata do energético mais potente da geladeira. Abri sem o menor esforço e molhei a garganta com taurina.

~

Contou que um dia a mãe de Pristina ligou. A mãe dela era uma prostituta com quem o cara tinha passado algumas horas em um motel qualquer. Ela havia descoberto por fontes confiáveis que a vida dela finalmente estava boa, e havia ligado para pedir dinheiro.
— Fiquei sabendo disso alguns dias depois, já que fui eu que atendi e acabei conversando com ela sobre Pristina. Descobri que havia uma chance forte dela ser sangue do meu sangue, e acabei fazendo um exame de DNA às escondidas.
Ele disse ter confirmado a hipótese. Matou Pristina e os gêmeos. Um dia depois, outro corpo assassinado, dessa vez o da mãe de sua filha.
— Desci o cacete nela até todos os ossos se transformarem em massinha de modelar.
Gole de energético.
— Não acharam nenhuma evidência. Destruí os quatro corpos, não sobrou um órgão inteiro. Depois, juntei-os em uma sacola e incendiei-os.
Ele falava sem a menor vacilação na voz. As mãos se mantinham firmes e os olhos, longínquos, estavam pouco perturbados.
— Foi minha pequena vitória da vida. A única vez que me livrei de algo que me fizesse mal.

~

Minha barba pinicava meu rosto como nunca antes. Nunca antes havia falado sobre isso. Era como se a presença do maldito barman revistasse minha alma. Já não era mais engraçado falar.
— Hoje em dia vivo só por viver. Tudo está arruinado. A vida já não vale mais a pena para mim. Não há mais fé.
— É isso?
— É.
— Só isso?
— Como assim, “só”? Fodi e matei minha filha e você acha pouca desgraça?
— Acho. Sabe o que é a desgraça?
— O quê?
— Eu saber que não existo.
E, de repente, acordei.

~

O homem olhou para o lado e viu sua mulher encolhida na cama de inverno. Foi ao quarto e viu Pristina ainda no computador àquela hora da madrugada. Tomou consciência do pesadelo que acabara de ter.
Poucos dias depois, estuprou a filha, matou-a e linchou a esposa até a inconsciência por achar que ela era uma prostituta. Chorou o resto da tarde por um final feliz, e só achou um copo.
Um último copo qualquer com um uísque qualquer.
O último copo de tristeza.
Bebeu-o em um só gole. Depois, seu olhar ficou vazio, a barba pinicou e a pouca fé que tinha foi embora.
E se surpreendeu com o que era a desgraça.

Era não existir.

Era não ter fé.
(Então levante esse copo e vamos propor um brinde
pela coisa que mais te machuca.)

11 de novembro de 2011

Show da fé

Anteriormente na Cidade Rex: Mínima Ideia: Você se lembra?



“ Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte “

- livro de Provérbios: 16:25


O sol decaía na Cidade Rex, como em toda cidade normal pessoas procuram sua diversão, seja pelos bares lotados ou fortificando sua fé. Hoje o protagonista da nossa história é ninguém mais ninguém menos do que o Pastor Walter. O resumo de seus dias é esse: Era uma criança conturbada, não recebia nenhum tipo de atenção de seus familiares, então pensou que ao estudar a bíblia ganharia atenção da mãe, não deu certo, mas de tanto se aprimorar foi crescendo de posto em uma famosa igreja, sua única forma de escapar da realidade, lá era conhecido como o grande profeta, pois sua fé era capaz de verdadeiros “milagres”.

9 de novembro de 2011

Ouro, Incenso e Mirra - Primeira Leva de Cartas ao Papai Noel

“Senhor Papai Noel,

Eu não sei muito bem se você pode me ajudar nisso, mas é que tenho um problema muito grande. Meu rosto é deformado, e eu gostaria muito de ter um rosto novo. Sabe, queria ser aceito, Papai Noel. Não aguento mais as crianças da escola me empurrando pra lá e pra cá, me deixando de olho roxo... Parece até que Deus não me olha. Ou não quer olhar, sei lá.
Obrigado!

P.S.: Se não puder me dar um rosto novo, uma máscara já seria de bom tamanho, tá bem?”

13 de Dezembro de 1956

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“Papai Noel,

Quero agradecer por você ter me dado o melhor amigo de todos, o senhor Dodgson. Ou Sr. Carroll, ele gosta de ser chamado assim. Eu sei que vou poder contar com ele todos os dias da minha vida, por mais que ele seja tão mais velho que eu. Sei que ele sempre estará comigo.

Muito obrigada, mesmo!

Mas tenho que te pedir alguma coisa, né Sr. Noel? Então... Você pode me dar um livro? Acho que é bem mais fácil pra você do que me conseguir um amigo, não?”

20 de Dezembro de 1861

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Hello, darkness, my old friend,
I've come to talk with you again.

- e se você não pegou quem são os autores das cartas, o nome deles é um link. Só clicar e tá lá.

1 de novembro de 2011

Inabalável


— Aqui não, aqui nós somos invencíveis.

A voz ressoava do norte das muralhas em ruínas, o cavaleiro foi tomado pelo esplendor da glória levantando sua lâmina banhada em sangue na direção do sol, o brilho do sol cegou os inimigos que se posicionavam em sua frente. O bravo louco avançava contra quinze homens trajando uma armadura retorcida de tantos golpes, porém não hesitou, nem por um instante. Sua determinação e perseverança ao avançar chocando-se contra a linha de frente inspiraram outros homens de sua falange, quando a vida está ameaçada lutar por ela até o fim é a única escolha.