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Isso não é um teste.
Você nasceu aqui, está bem crescido para saber que seu corpo é carne e gordura. Esqueça os bits e bytes.
Esqueça o que aprendeu até aqui, nada-nunca vale a pena.
Nada, nunca. Suas fórmulas matemáticas e suas boas maneiras são irrelevantes, pare de se mostrar inteligente ou cortês.
Seu gato não se chama Nietzsche, caralho. Pare com a autopromoção gratuita e arrogante, você também já acreditou em Papai Noel.
Seu gato é um gato e ele não precisa de nome.
Sua mãe é sua mãe e o nome dela é mera colagem de uma linhagem.
Você é você e é um grande acolchoado remendado na história da genética.
Fruto do que há de aleatório, não se sinta especial. Você pode ir embora do jeito que chegou, assim é a rodoviária da vida. Quem parte para buscar sonhos também pode voltar com os bolsos vazios de esperança. No mesmo lugar. No mesmo ônibus. No mesmo momento.
Cada começo é um fim, e nessas horas nem te digo onde enfiar Bháskara.
Nessas horas, nem te digo qual talher usar para comer peixe.
Nessas horas, nenhum bom-dia para um estranho na rua te alivia.
Sua educação moral, sua inteligência lógica, tudo vai pelo ralo quando o fim vem antes do começo.
É o empurrãozinho da gravidade de que tanto falam.
Ou da loucura, até já esqueci a citação.
Nessas horas, nenhuma citação memorizada descreve seus sentimentos.
Não importa quantos álbuns você ouviu na vida, não importa quantos livros foram devorados: Há algo que importa?