31 de julho de 2013

Cigarros, datas comemorativas e outros perigos (momentos a sós, parte 1)

Original: http://tameroftheshrew.deviantart.com/art/Ashtray-85294670

      Momento 1:
      Datas comemorativas não são para mim: Nada de ovos na Páscoa, sempre esqueço de comemorar meu aniversário, nunca compro presente nos dias dos meus pais. (A fuga à regra é o Ano-Novo, data cabalística que dita muita coisa.) E hoje é dia do orgasmo, então imaginem? Nada de orgasmo, certíssimo.
      Pelo menos não fingi um.

      Momento 2:
      Fico no primeiro andar da livraria com o livro subliminarmente indicado por ela em mãos. A poltrona é confortável o bastante para eu esquecer o mundo lá embaixo, mas os olhos sempre escapam das letras (brancas no papel preto, todo um charme) para o térreo, esperando aquele encontro único entre tantos milhões em São Paulo — e isso sem contar os gringos, já passou um casal deles aqui ao lado.
      Quando se está só, todos estão com você. É meio aquela dos Tribalistas, "eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". E isso é uma constatação bem solitária. Parece o contrário, mas pense a fração ínfima do mundo que você pode absorver. Sim, tantos zeros à direita após a vírgula que a absorção se satisfaz com um gesto ou uma roupa diferente. Um papo, talvez. Mais do que isso e já se torna uma divisão injusta.
      (Ah sim, a vida é injusta. Mas isso já está implícito no que escrevo.)

27 de julho de 2013

Carpe Diem, Cravo e Rosa.





O Cravo brigou com a Rosa, de baixo de uma sacada... O Cravo saiu ferido e Rosa despedaçada.

Das cantigas pra vida real, sem a menor chance de poder trocar de canal. O Cravo teve seus desmaios, e Rosa sua choradeira. mas você não faz a minima ideia de como essa briga foi feia. Eu fui o Cravo, ela foi a Rosa. Nos fomos do mesmo jardim. Mas hoje não mais flores?! Não pra ela, nem pra mim.

A Rosa parou na esquina,

com esquadros pra desenhar,
o Cravo cantou sua sina,
E a Rosa não quis cantar.

A Rosa estava chorosa

e decidida à despetalar.
Pro seu escravo ela esta cheirosa,
mas isso não parecia importar.

A volta pálida



Girou em infinitas parábolas,
compreendendo a alma humana
em todas suas facetas falhas.

Olhou para o céu temeroso,
por toda sabedoria amarga,
temendo o velho esporro.

Cambaleou para lá, depois para cá,
procurou um lugar para finalmente ficar,
mas surpreendido tornou a novamente rumar,
pelo velho horizonte cheio de marajás.

E dos conhecidos pouco aprendeu,
porém desse pouco tirou o muito:
que só um velho abraço apertado,
na volta, poderá ensinar.

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Para todos os reencontros.