Não sei se vocês se lembram da minha resenha d'O senhor da chuva, do André Vianco, onde discorro sobre a desprezível principiante capa do livro. Pois é, continuo achando que a capa é fundamental para o sucesso de uma obra, mas resolvi abrir uma exceção para o cintilante Estilhaça-me, de Tahereh Mafi, principalmente porque li o primeiro capítulo e me interessei bastante pela escrita poética da americana.
Sobre a capa: Ela me dá todos os motivos possíveis para não ler o livro. Brilhante, estampada com uma modelo totalmente desconexa e adereços como um QR Code, comentários bajuladores e frases de efeito sem efeito algum por todos os lados. Passei por ela com obstinação e me deparei com um ótimo pano de fundo, que consiste em um mundo distópico onde Juliette, uma garota de dezessete anos com o poder de desintegrar pessoas, foi trancafiada por causa de um assassinato que cometeu por causa de sua curiosa habilidade. O Restabelecimento — o governo vigente dessa distopia —, então, resolve usá-la como instrumento de tortura. Isso, no entanto, acaba não se concretizando para que ela fique de melação com Adam, um dos soldadinhos de chumbo do Estado, e daí para frente tudo despenca ladeira abaixo.