14 de agosto de 2012

Última estrada

Andando por bares,
fugindo aos olhares
de reprovação,
eu busco você
no fundo dos copos
em que bebo e me afundo
e me afogo sem pensar.
Nas janelas dos carros
eu vejo um traste
sem nada do homem
que pensei ser um dia.

A barba mal-feita,
os dentes tirados
a socos e pontapés,
os sulcos fundos sob
o olhar morto.

Ah, minha querida.
Onde está você agora?
Você me deixou e foi embora,
desde então não tenho paz.

Vivo a fugir do mundo,
me acorrentando aos delírios
de minha mente perturbada.

Num último momento de
compreensão e lucidez, decido:
vou me deitar e apagar meus
olhos nessa estrada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estou batendo palmas

Dereck disse...

Obrigado! :)