6 de agosto de 2012

Animalidade

Aquilo vai consumindo,
queimando o corpo por dentro,
sujando as mãos de sangue,
ódio, rancor e sofrimento.

As bochechas, antes rosadas,
agora estão sujas de graxa
e sentem ainda a dor do tapa dado.

As coisas acontecem inexplicavelmente.

Não se racionalizam os sentimentos.

Eles são instintivos, vorazes.
E te enlouquecem, sufocam, te matam.

As horas passam como minutos
e a obsessão não sai dali.
Fica presa aos seus olhos,
como o clarão do sol
sobre os olhos acostumados à escuridão.
A obsessão te cega, te ilude e te corrói.

A corrupção te domina,
faz de você um fantoche.
Você assim agride, xinga, machuca.

Tudo isso em nome da animalidade
inerente a todos os humanos.
Às vezes, ela consegue ser maquiada.


Mas nunca morre, apenas adormece.

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