29 de março de 2013

Rapunzel e seu chapéu

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Os olhos dela estavam fixos na vitrine da loja de chapéus. Nunca usara um e não seria agora que poderia começar. Havia anos que passava por aquela loja, quase todos os dias, mas nunca chegou nem a entrar.

Talvez... Quem sabe talvez pudesse haver algum jeito, alguma forma de enrolar seus longos cabelos negros, e enfiá-los todos dentro de seu futuro novo chapéu?

O preço estava bom, não faria mal pelo menos entrar na loja.

Mas ela imaginava como as vendedoras a tratariam. Não era uma mulher comum.

Era Rapunzel. Rapunzel do século XXI. Rapunzel de verdade.

Seus pés foram mais rápidos que a deliberação entre seus neurônios e avançaram rumo à porta da loja.

Uma leve sineta tocou ao empurrar a porta, chamando a atenção da atendente mais próxima.

- Posso ajudá-la, senhorita?

- Vou querer experimentar aquele chapéu preto, com aquelas flores.

- Sim, senhorita.

Agilmente, a atendente apanhou o chapéu escolhido e entregou à nossa Rapunzel.

Por mais que ela tentasse, mesmo com a ajuda da vendedora, não conseguiu colocar as longas madeixas sob o oco do chapéu.

Frustrada, ela saiu da loja, para ir embora para casa. No entanto, ao sair da loja, viu imediatamente em frente a ela um salão de cabeleireiros, e subitamente tomou a resolução de cortar seus pobres cabelos, que vinha cultivando há quase quatro décadas.

Adentrou o salão e disse, com tom firme:

- Quero cortar meus cabelos! Não deixe mais que vinte centímetros!

E foi assim que o conto de fada chegou ao seu fim.

Afinal, mesmo as personagens de histórias têm as suas vaidades e vontades insuperáveis, às quais um dia acabam cedendo.