8 de março de 2013

O jardim holandês

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Frio, neve e temperatura abaixo de zero.

Era assim que estava aquele dia na Holanda.

Glas não queria mais aguar as plantas de seu jardim, pois a preguiça era muito grande, e como ele morava sozinho, o trabalho era muito. O frio era uma barreira invisível. Mas Glas não queria se livrar de suas plantas.

Achava-as muito bonitas, e elas alegravam sempre o seu dia.

O tempo foi passando e ele não sabia o que fazer com aquela situação. Estava num grande dilema, com medo de perder suas plantas para o frio, mas incapaz de achar solução para seu problema.

Sentou-se sobre seu velho banco de madeira pintado de branco, que se camuflava em meio à neve que caía, e pôs-se a fumar seu cachimbo. Ao longe, meninos brincavam de atirar água com armas de brinquedo sobre formigas que andavam por ali.

Glas teve uma súbita idéia: jogaria água sobre suas plantas, para mantê-las sob uma temperatura regular, e assim não precisar mais aguá-las. Assim o fez, deixando suas plantas mais belas do que nunca, e várias pessoas foram atraídas pela beleza do cenário. Entre eles estava Aletta, uma menina do vilarejo que há muito atraía os olhares de Glas. No momento em que ela chegou ao jardim, Glas estava sentado no seu banco, no meio do jardim, olhando para sua arte. Ela se aproximou vagarosamente, admirando as belezas da água congelada sobre as folhas e frutos do jardim de Glas. Aletta mal notou que não estava só.

Ao vê-lo, seus olhares se encontraram e, mesmo sob a temperatura abaixo de zero, suas brancas feições se tornaram rubras, externando todo o seu constrangimento com a situação. Ela se desculpou com ele, mas ele não quase não notou, e já lhe tomava a mão, convidando-a para passear pela sua propriedade. Ela, ainda ruborizada, aceitou, e foram os dois lado a lado caminhando por entre galhos, folhas e plantas cobertos de água congelada.

Às vezes é sob o frio que nasce o mais quente dos amores.