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Frio, neve e temperatura abaixo
de zero.
Era assim que estava aquele dia
na Holanda.
Glas não queria mais aguar as
plantas de seu jardim, pois a preguiça era muito grande, e como ele morava
sozinho, o trabalho era muito. O frio era uma barreira invisível. Mas Glas não queria
se livrar de suas plantas.
Achava-as muito bonitas, e elas
alegravam sempre o seu dia.
O tempo foi passando e ele não
sabia o que fazer com aquela situação. Estava num grande dilema, com medo de
perder suas plantas para o frio, mas incapaz de achar solução para seu
problema.
Sentou-se sobre seu velho banco
de madeira pintado de branco, que se camuflava em meio à neve que caía, e
pôs-se a fumar seu cachimbo. Ao longe, meninos brincavam de
atirar água com armas de brinquedo sobre formigas que andavam por ali.
Glas teve uma súbita idéia:
jogaria água sobre suas plantas, para mantê-las sob uma temperatura regular, e
assim não precisar mais aguá-las. Assim o fez, deixando suas
plantas mais belas do que nunca, e várias pessoas foram atraídas pela beleza do
cenário. Entre eles estava Aletta, uma
menina do vilarejo que há muito atraía os olhares de Glas. No momento em que ela chegou ao
jardim, Glas estava sentado no seu banco, no meio do jardim, olhando
para sua arte. Ela se aproximou vagarosamente,
admirando as belezas da água congelada sobre as folhas e frutos do jardim de
Glas. Aletta mal notou que não estava só.
Ao vê-lo, seus olhares se
encontraram e, mesmo sob a temperatura abaixo de zero, suas brancas feições se
tornaram rubras, externando todo o seu constrangimento com a situação. Ela se desculpou com ele, mas ele
não quase não notou, e já lhe tomava a mão, convidando-a para passear pela sua
propriedade. Ela, ainda ruborizada, aceitou, e
foram os dois lado a lado caminhando por entre galhos, folhas e plantas
cobertos de água congelada.
Às vezes é sob o frio que nasce o mais quente dos amores.