2 de janeiro de 2013

A farsa do Ano Novo



E por que não chamar 2013 de 2012? Já que todos os anos são
[iguais.
Se você não me entendeu, pois bem, irei logo te explicar;
Um ano novo não passa de um novo ano. Qual é o problema?
O problema é todo esse bafafá que se cria, essa lenda de renovação.
Renovação pra inglês ver. (Ou qualquer um menos você.)

Realizar os votos de que nesses 365 dias tudo vai ser diferente é
[muito fácil!
Concorde comigo, o que são meras palavras jogadas ao acaso?
Alguns, admito, entre o verão lutam para manter seus votos,
Entretanto, já cansei de ver no outono tal força exaurida.

E então eu me pergunto:
Como conseguem esquecer a fúria do brilho dos fogos de artificio,
[incendiando o céu?
E o primeiro abraço apertado, talvez daquele parente distante.
O primeiro sorriso e a voz cheia de alegria que ressoa: Feliz ano
[novo!
O som estridente do tilintar de taças cheias de união.
E o sentimento de tais ações tornam-se efêmeros na memória já
[acostumada.

Marque minhas palavras:
daqui a aproximadamente 8760 horas a espiral da vida gira no 
[mesmo padrão.
A moça de dourado vai desejar mais dinheiro. (para ela)
O quarentão de cueca vermelha vai querer mais transas.
A senhora de azul vai desejar mais tempo com a Moça de dourado e o quarentão de cueca vermelha, mas ambos ao longo do ano
[correrão atrás de suas próprias ambições.
E a criança de branco ainda não sabe o que é paz.

E a roda de Buarque gira, mas aqui sem nenhuma vida.
Pois a brincadeira se disfarça sutilmente na mentira
de que apenas um novo ano qualquer, é um Ano Novo.