13 de janeiro de 2013

Possível e eterno

Poema um: Pixies

Foto original (1 e 2): http://goo.gl/TFSGX

Posso abraçar um corpo nu,
pagar uma bebida a uma tatuagem no quadril.
Posso dedilhar uma balada no violão
e dedicá-la ao maior apaixonado que já se viu.
Posso afundar em areia movediça
e implorar para que uma amazona me salve.
Posso escalar torres e montanhas
e encontrar a melodia da princesa de tom grave.

Ah, eu posso.
E não há quem me negue.
Não há como me esconder.
É, eu posso,
e é só um passo que se segue
para o meu Sol nascer.

Posso jurar a olhos azuis
que aquela estrela ali tem o nome deles.
Posso colher mancheias de flores,
entregar seu perfume a olhos verdes.
Posso marcar um encontro velado,
melhor do que os consumados à luz do dia.
Posso rir de piadas sem-graça
só para que olhos negros me sirvam de guia.

Ah, eu posso,
e não é alguém que me impede
da libertação de minhas correntes.
É, eu posso.
Talvez deva, é algo que me impele
a viver com fome de amantes.

Mas... não.
Conheci-te e escolhi as amarras.
Escolhi a liberdade de não ter liberdade.
Não é em vão.
Amei-te e o coração virou fadas
cintilantes e afoitas por sua verdade.

Poema dois: Luz


Pois é na noite que posso contemplar,
com calma,
a vida se revirando em sonho.
Sonho rápido, fugaz, de uma Lua a iluminar
seu passos
decididos vindo ao meu encontro.

E ficando ao meu lado sem receios.
Seus devaneios
são belezas
de mil eternidades de certezas.