Os rostos passam como fotos
pelos nossos olhos cansados.
A gente se acostuma com isso,
aquele gosto insalubre, amargo,
que corrói o céu da boca
e entra pelo nosso cérebro.
A gente se acostuma, mas nem nota.
Quando vemos, já somos parte do todo,
daquele amontoado de gente
andando pra lá e pra cá.
Mas eu quero ficar.
Não quero mais fotos,
não quero mais cansaço,
não quero mais amargura.
Quero uma roupa limpa e clara,
um bom livro para ler,
e uma cama confortável.
Quero reclusão.
Se o inferno são os outros,
prefiro meu paraíso pessoal.
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