26 de julho de 2012

Acorda

Acorda, pula da cama!
Tira o pijama e acende o fogão!
Quem sabe um café bem coado,
um leite bem quente pro seu agrado,
consigam assim te tirar do colchão.

Depois lava o rosto,
essa cara amassada,
amanhecida e tão gasta,
com a qual eu sonho todo dia em vão.


Do meu canto, fico só no cigarro,
vejo lá em baixo passar tanto carro,
a cidade cinzenta na manhã de quarta-feira.

Tô cansado, amor. Muito cansado.
Mal dormido e mal pago,
mas não reclamo não.

Tendo você aqui comigo,
amassada, amanhecida e gasta,
fazendo o café,
usando minha camiseta velha,
só ela;
só isso pra mim já tá bom.

Não preciso de dinheiro,
de descanso ou de mais nada.

Eu preciso só do que está
entre as quatro paredes
do meu pequeno apartamento
no centro da selva cinza.

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