13 de setembro de 2013

Belzebossp

Belzebossp - Contos - Mínima Ideia

Plena sexta-feira treze e, ao invés de estar indo pro inferno, estou aqui, preso no trânsito de São Paulo, indo pro meu trabalho. O que acaba dando na mesma, se você for parar pra pensar. Só que talvez aqui seja um pouquinho mais quente do que no inferno. E o próprio Lúcifer talvez não seja tão demoníaco quanto meu patrão (este nem foi anjo algum dia, mas como Lúcifer, se acha melhor que Deus). Ao menos tá tocando Tenacious D na radiola.  
Os carros vão passando, e as pessoas são piores do que zumbis do Silent Hill. Walking Dead é piada perto da monotonia dessa capital de pedra e esgoto. Antes houvesse mesmo um apocalipse. Talvez assim eu pudesse me mover com meu cavalinho, igual o Rick. 
Mas não, nada de zumbis (não os de verdade, pelo menos), nada de vampiros (a menos que você considere o pessoal lá de Brasília, mas o sangue que eles sugam é colorido e tem imagens de animais da fauna nacional impresso nele), nada de demônios (quem sabe talvez a minha vizinha com seu cabelo de dona Florinda...só de lembrar dá arrepios), nada de exorcismo. Se bem que pro sábado faltam algumas horas, e sábado é sim um dia para exorcizar nossos demônios internos. 
Final de semana é o tempo em que nos encontramos com Belzebu, e arrebentamos de tanto comer aquelas deliciosas esfihas do Habib's que bem poderiam voltar a custar R$0,39, convenhamos. Aliás, falando em avareza, nosso querido amigo Mamon não foge das nossas cabeças nessa sociedade maluqueta. Vamos acumular! E se não acumular, vá se danar nos braços de Azazel, e bom julgamento pra você. Mas voltando ao final de semana, não podemos nos esquecer do nosso lado Asmodeus, afinal, não é só de carne de vaca que vive o homem (e a mulher também, nada de preconceito aqui). Precisamos de carne humana também (e não tô falando de canibalismo ¬¬), precisamos daquele aconchego mais luxurioso, mais quente, mais embalado por sábado à noite. Depois de toda a farra, só nos resta ficarmos bem tranquilos nos braços de Belphegor, naquela preguicinha de domingo, não é? O problema é que, quando toca a maldita música do Fantástico (sim, famigerada e odiada) nada temos a fazer a não ser liberarmos o nosso lado Leviatã e invejarmos aqueles que têm a possibilidade de não trabalhar na segunda de manhã...

Aqui é a cidade dos anjos caídos, sejam todos muito bem recebidos.

E pensar que eu nem cheguei no trabalho ainda...