25 de maio de 2013

No fim da carne


Miséria — parte integrante da humanidade.
Deuses se debruçam sobre ela,
inventados por almas esquálidas
e famintas, à míngua do sorrir.

A miséria abstêm esse poema de rimas,
tão supérfluas diante a fome
de algo que satisfaça o vazio
estacado em seres de pele morta.

Engatinho para suprir minha desnutrição.
Minha saliva é rala, se esquece
na boca podre — maçã podre! —
por onde larvas eclodem em fel.

E a miséria me impede de continuar.