22 de novembro de 2011

Dores



Analgésicos não me acalmam mais.

Tudo pulsa em vermelho, nada me satisfaz.

Estava no meio da noite quando acordei
 
Cansado, inflamado... nunca mais deitei.


undefined
Tinha muito tempo até o sol raiar
Abri todos os vidros que pude alcançar

Botei tudo na goela e empurrei com água.

(Tempo para que as cápsulas virem nada)

(...)

Os meus olhos, bem,
Eles nunca mais voltaram a se fechar.
Nunca mesmo, sabe.
Nunca mais saíram do lugar.


O sol ia e voltava,
Ia e voltava,
Ia e voltava,
Tremia e brilhava.


Acho que não era essa a dor que sentia,
A dor de fibra, músculo, pele.
Nem mesmo a do coração,
De quando quem gosto me repele.


É uma dor diferente,
Uma dor que não tem cura.
A dor de quando vi
que a vida é tão pura.


Tão pura, tão... simples.
Eu era cego a tal fato.
Quando finalmente consegui vê-lo,
Eu já era um insensato.

Um comentário:

L. J. Y. disse...

A dor de quem perdeu tempo de olhos fechados eu diria, belo poema , parabéns pelo espaço, seguindo vocês =)