24 de fevereiro de 2011

Lua Âmbar: O Caçador

Vida consumindo vidas para continuar vivendo.
Acaba para um, continua para todos.
A cobra morde sua cauda.
O ciclo reinicia ...

XIII


Como é a sensação? Tenho escutado isso o tempo inteiro desde que eu destronei o Imperador. Meu plano era perfeito, é mais com certos obstáculos ai nada deu certo. O filho do Imperador em que eu confiava quer minha cabeça em uma bandeja, por ser uma questão de honra capturar o assassino do seu próprio pai. Enfim ele fingia se importar e colocou um esquadrão atrás de mim. Desde então o império tornou-se “limpo” os cidadãos não eram mais explorados por altas taxas e nem por tributos inúteis a falsos deuses. A gestão do império estava chegando à perfeição, só que eu servi de mártir pra tudo isso acontecer.

Tudo foi tão rápido em um momento súbito eu possuía sangue de um nobre em minhas mãos, enquanto meu próprio peito era dilacerado. Tudo depois disso foi como uma memória passageira, o meu dragão guia “Huanglong” me tirou da sala que logo mais estaria lotada de soldados, me levando a uma espécie de caverna um local estranho com muitas velas acesas e incensos, o chão reluzia em ouro. A minha sensação era de não possuir mais um corpo físico, Huanglong me deu parte de sua energia vital com uma missão:

“Nobres e honrados guerreiros não morrem, eles vivem para sempre para lutar por uma causa maior que a deles e você Nezha, vai lutar por Gaia e defende-la e para isso seus ossos se tornarão tão fortes quanto as minhas escamas, que seu punho tenha a força de mil Raios e que seja tão astuto e rápido quanto os quatro ventos sendo assim em um lugar especial parte de minha força irá fluir em ti!”

Foi quando Huanglong tocou meu peito, e depois disso um enorme clarão azul e então a surpresa estava eu em uma casa abandonada dentro do Império, estava envolvido por um manto só que sentia que minha armadura e a espada estavam comigo. Algo me chamou para olhar pela janela eram dois humanos, ou algo parecido. Seus olhos brilhavam com uma escuridão intensa, esfreguei os olhos para ver se tudo estava certo, observei que na cabeça de um, existia um par de chifres.

Despertou em mim um desejo sobrenatural de destruir ambos, um frenesi tomou conta do meu corpo. Pulei da janela com a minha espada erguida, passando a lamina saliente ao pescoço de um dos monstros. Ele caiu como uma sombra observei o corpo no chão rapidamente sem baixar a guarda enquanto apontava a espada no peito do outro demônio encurralando tentei retirar algumas informações dele, mas só escutei uma palavra com clareza: “Bem vindo ao mundo das trevas Dragão” Antes da espada dividir ele ao meio.

Depois disso tudo se tornou o inferno, eu percebi que o Império estava repleto de várias criaturas abissais. E foi ai que eu comecei a enfrentar meu maior dilema: Os humanos são fracos e são possuídos por uma diversa gama de males, quando eu os destruo eles voltam a ser os mesmos homens que sempre rezaram, eu virei um assassino de homens na visão dos cidadãos e um Caçador de monstros em minha própria visão.

Mas isso não me chateava era minha missão aqui era o propósito da minha existência. Filosofias a parte, isso não importa com tanto trabalho o mundo pode esperar um pouco. A grande Lua brilhava novamente no céu estrelado, e eu estava lá aproveitando alguns momentos de paz  nos campos verdejantes.

•••
Tudo estava abafado, mesmo ao ar puro me fazia sentir claustrofóbico, aprisionado algo tentava sair da prisão, um animal cruel e selvagem. A prévia do alto firmamento da Lua já causava o distúrbio na personalidade, o estado de ira era constante, eu era a fúria de Gaia mas ainda era o antigo “Onatah”.Gritos de ódio, Uivo de vingança. 

Depois que eu deixei minha aldeia eu comecei a vagar por todos os cantos para realizar a vontade de Gaia e em dias de transformação eu não costumava ficar perto de aldeias ou outras vilas. Faltava algumas horas para a Lua cheia, então eu corri o mais rápido possível, o bom de tudo era que eu possuía uma velocidade formidável. Eu estava cansado de acordar com o gosto de sangue na boca, e com o corpo todo manchado e ver a pilha de corpos sobre meu rastro de destruição. 

Estava cada vez mais difícil conter a besta, comecei a me debater, o chamado selvagem estava presente, sentia o vento anunciar a transformação. Não conseguia conter a força em minhas mãos, desferindo socos e chutes. A fúria iniciava-se minha pele desgrudava do meu corpo, que sofria mutações alterando seu tamanho e estrutura quando a dor passou e tudo parecia mais calmo, eu ainda estava lá só que não mais no comando. 

Eu conseguia sentir a origem do mal, tudo apontava para o norte e foi para aonde o homem lobo dirigiu-se. O uivo inicial, para colocar medo nos corações frágeis dos inimigos anunciando a chegada do seu algoz. Fui parar em um campo verdejante sentia uma enorme energia no local, porém não conseguia distinguir se era boa ou má. 

O vento trazia uma sensação nostálgica, o cheiro lembrava um réptil mas ao mesmo tempo algo superior a uma besta, foi quando todos os meus sentidos foram atraídos a um ponto uma pequena elevação, existia um homem acompanhado por uma espada e uma armadura, a energia emanava daquele ser! Ele era o que estava causando desequilíbrio em Gaia e era ele que seria minha caça hoje! Até que escuto aquele ser dizer:

“Ora ora, eu já vi alguns com presas, outros temiam aos homens lobo do Oeste, mas não é que a lenda é realmente real!? Prepare-se para sucumbir a minha espada, eu sou a justiça e você Besta não sairá daqui com vida!”

Ele empunhou a espada em minha direção e estava em posição de ataque. A ira fluía em minhas veias e um dom que gaia me deu foi ativado, o ambiente tornou-se gélido, meus músculos tornaram-se ainda mais fortes e minhas garras afiadas como o aço. Olhei uma ultima vez para a lua alta no firmamento, uivei para invocar os antigos espíritos da proteção, enquanto um corria em direção ao outro. O festival de sangue começava!

Aê nova série aqui no blog õ/ espero que todo mundo aqui goste do cross over que eu fiz -Q Abraços a todos ;*


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