Como seria ficar completamente sozinho? A gente pode imaginar, ou ter um gostinho dessa experiência ao ficarmos no escuro do nosso quarto, durante a noite. Mas, e quanto aos ruídos, barulhos da geladeira, ou algum cachorro latindo ao fundo, lá no quintal da dona Maria? O silêncio e a escuridão são as verdadeiras companhias dos que estão solitários.
Agora, imagine não poder respirar direito, ou perceber que você não passa de um mísero grão de areia no infinito universo em que vivemos e que, a qualquer momento, você pode ser evaporado, assim, sem mais nem menos. Sem aquela história de que a vida é algo precioso e santo. Nada. Você não passa de algo pequeno, e apenas é parte dessa imensidão do universo.
O filme se passa quase que totalmente no espaço, e conta com essa noção de isolamento, pois ao todo nós vemos apenas quatro atores (incluindo Sandra Bullock e George Clooney).
Logo no início do filme, há um take grande, com uma visão sensacional da terra vista do espaço. Há um grupo de astronautas consertando uma estrutura por lá, a 600 km de altura, e vemos Matt Kowalski (George Clooney) planando para lá e para cá com sua roupa especial que lhe permite se movimentar com certa liberdade no espaço enquanto Ryan Stone (Sandra Bullock) está tentando consertar um painel, mas encontra certa dificuldade. Eis que em certo momento, os astronautas recebem uma mensagem da NASA, ordenando que eles voltassem imediatamente à nave, pois havia vários detritos indo em direção a eles. Obviamente, os detritos chegam antes, e eles são alvejados com destroços de outros satélites e estruturas que foram destruídos. A cena é de arrepiar. De verdade, você não gostaria de estar no espaço durante uma chuva de destroços.
Após os impactos, Ryan se desprende da estrutura, e começa a girar para longe dela. É uma cena realmente impressionante e claustrofóbica. Sim, por mais que ela esteja no espaço, a sensação que tive foi de claustrofobia. Ela estava completamente isolada, perdida, se afastando de tudo e, claro, o nível de oxigênio em seu reservatório estava drasticamente baixo. Ela consegue ainda ser resgatada por Matt, e eles tentam voltar para a terra de todas as maneiras possíveis, contando com a volta dos destroços em algum tempo.
Bom, vou parar por aqui, afinal, não quero dar spoilers. O filme se torna interessante realmente, e você se esquece de que está no cinema. Você se aproxima muito da personagem, imaginando como seria estar na pele dela, enquanto ela tenta sobreviver. Não esperava que o filme fosse ser tão bom, afinal, como conseguiriam nos prender na sala de cinema por tanto tempo apenas mostrando a Sandra Bullock no espaço? Para minha sorte, eu estava enganado, e o filme conseguiu me deixar tenso do começo ao fim, não só pela história, mas também por causa das cenas em que o recurso em 3D foi bem utilizado para enaltecer a fotografia do filme.
Gravidade:
EUA - 91 min
Direção - Alfonso Cuarón
Gênero - Ficção Científica
Site Oficial - Gravidade
Trailer Oficial - http://goo.gl/z2q96m
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