10 de abril de 2012

A arte de (na)morar com alguém

(Vou me sentir prepotente se começar assim, mas não vejo outro jeito de começar. Então, pra início de conversa...)

...Sou do tipo que namora pra casar. Não vejo coerência em começar uma relação se você e/ou o(a) parceiro(a) fica(m) achando que ela vai acabar. É uma possibilidade, claro. Sempre é. Entretanto, é como entrar em um emprego pensando que uma hora sairá dele ou começar um curso achando que vai trancar a matrícula antes da conclusão: Você não vai dar tudo de si.

E eu... bem, eu tento dar esse tudo. É difícil, pois nascemos, crescemos e morreremos com pessoas no nosso ouvido fazendo-nos desacreditar de tudo que não seja duvidoso. Pareceu confuso? Desculpe-me, mas é algo como "a única certeza da humanidade é a dúvida".

Pense na pessoa que está ao seu lado em qualquer tipo de relação que envolva sentimento, seja o namorado, o noivo, o cônjuge ou até mesmo um amigo-colorido que não quer assumir algo sério para não causar tumulto na vida de todos. De súbito, pense: Por quê? De verdade, você tem noção do porquê de estar beijando, abraçando, transando, morando com essa pessoa?

Na hora o imediatismo bate à nossa porta: "Porque eu amo essa pessoa". E, como a pergunta é "por quê?", essa é a melhor resposta.
Então reformulemos: "Para quê?"
Onde você quer chegar comprando essa aliança aí?
É uma pergunta deveras paranoica se colocarmos em outros contextos: "Para que você está trabalhando?"; "Para que você comprou esse monte de coisas?"; "Para que você adotou esse cachorrinho?"

"Quais suas intenções?", já diria o sogro.

Não quero entrar em outros campos além do relacionamento. Deixe o trabalho, as compras e o filhotinho para outra oportunidade.
Essa pergunta, se estiver respondida em sua mente, já é quase todo o caminho andado para se ter uma relação satisfatória. Afinal, se você souber para que entra em um relacionamento, você saberá - ou lutará muito para descobrir - o caminho a seguir.

E o caminho a seguir, em toda sua vida, será sempre o crescimento. Você não planta uma semente e fica satisfeito só de ver um raminho pra fora da terra, certo? Você quer ver a árvore inteira, dando frutos e com um galho forte o bastante para pendurar um balanço.
Em um relacionamento é a mesma coisa. Por favor - e isso eu peço de joelhos, em nome de todos os corações já partidos por futilidades -, não namore se não quiser morar com a pessoa, não more se não quiser casar, não case se não quiser envelhecer junto ao cônjuge.
Isso não te priva do direito de beijar bocas alheias ou até de ter um sex buddy. Mas se, por acaso, aquela garota com quem você está há duas semanas de amassos e namoricos está te enchendo de mensagens no celular e você não tem a mínima vontade de responder um décimo delas, nem tente dar qualquer chance a qualquer amor, pois ele não existe aí.

Digo isso porque cansaram de me dizer que o amor não acontece de uma hora pra outra, que tenho que ter medo de me machucar e coisa e tal. Muitos agem assim, pisando na vida com a ponta dos pés - cometendo tantos tropeços e erros de percurso quanto quem passa pela vida com as duas solas firmes no chão - e ainda querem passar a moral de que acharam (ou, pior ainda, têm) a vida modelo. Afinal, desde mestre Miyagi até o Grilo Falante, prudência é tudo.

Só que esqueceram de dizer que, desde Tyler Durden até Keith Richards, cada um vive a vida que quiser. E enquanto você não der os seus passos por sua trilha, viverá na ilusão de ter uma vida própria enquanto na verdade só fez um cooper por uma estrada já pavimentada de tão utilizada. E se essa estrada fosse tão boa assim como falam, seríamos muito menos paranoicos e preocupados do que somos.

Desse modo, não precisamos namorar dezenas de pessoas para achar a certa; não precisamos ter nossos anos de promiscuidade para "aproveitar a vida"; não precisamos trair o parceiro para testar o amor. Não precisamos de nada além do que o nosso coração pede.
E se ele não pede nada, não tenha nada. Eu te imploro.

~♥~

Ainda estou inseguro quanto a esse texto, sua natureza de certo modo irônica e até mesmo imatura para uma pessoa de dezessete anos. Mas, quer saber? Não me importo. Espero que tenham gostado! (:

Um comentário:

Anônimo disse...

Verdade.

-R