6 de junho de 2012

Pra quem quiser

23:50,
Um homem corre às pressas para pegar o último metrô. Gira a catraca ferozmente, porém percebe uma coisa: no vão existia um bilhete em cima, que estava nomeado:

Pra quem quiser,

Pegou o papel, amassando-o às pressas no bolso da blusa. No vagão, começou a ler o bilhete anônimo:

“Faz um tempo que eu não escrevo,  já passei por diversos carnavais e posso afirmar: esse é o mais difícil de todos.  


Não estou escrevendo para aconselhar alguém, cansei de frases feitas e todo tipo de bobagem que vende fácil, embora eu esteja ainda lutando para mudar a realidade a minha volta, decidi tal luta não deve ser feita só com palavras e sim com mais ações. Talvez seja essa a verdade, existe uma correlação entre o tanto que as pessoas falam e como acabam não fazendo nada depois do glorioso discurso. Muito papo, muito cacife e acima de tudo muito leão escondido em pele de cordeiro.  

Sim, infelizmente eu ando muito cansado, muito desanimado, no meu sagrado café da manhã aumento a dose de coragem diariamente, caso contrário nem saio de casa. O único pesadelo é que nesse mundo meu caso não é a exceção, é a regra. Ando por ruas frias de São Paulo, vejo muitos sorrisos despedaçados, maquiados com falsas alegrias. Alegrias que são comuns de muitos moradores de metrópoles ao redor do globo, a vida para o deus dinheiro, para festas e status, depois disso sobram poucos trocados para um enterro descente. Quem precisa de um lugar descente para descansar os restos mortais? Nesse estilo de vida de carpe capitalista diem, muito árcade por ai iria se impressionar. 

Eu não te conheço e simplesmente acho muito difícil conhecer, seja lá quem estiver lendo esse bilhete, você não o achou por acaso em cima da catraca do metrô.  Escolhi tal lugar, porque uma diversa gama de almas passa por aqui. Entretanto, pouca gente presta atenção no que existe de verdade aqui! Quase ninguém enxerga a realidade como é, estão todos míopes, ninguém mais vê esperança no sorriso de uma criança ou sabedoria no olhar calmo de um idoso. E se você é essa pessoa que decidiu abrir os olhos e ler esse bilhete, é por você que ainda vale a pena lutar. 

Faz um tempo que eu não escrevo assim como o autor da carta. Quem gostou pode compartilhar nas redes sociais, qualquer coisa ou sugestão deixa um comentário.
E não se esqueça de sempre questionar.
Até mesmo em feriados.

Abraços,
Nunca se esqueça de abrir os olhos como fez hoje, espero que espalhe essa mensagem"




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