Disseram um
dia que há nesse mundo
muitas estradas
diferentes para a morte.
Mas as
trilhadas por mim, tão sem sorte,
que agora sinto
arrependimento profundo.
As escolhas
erradas, a falta de tato,
minha falta
de ação, os passos em falso;
tudo me
levava a meu destino insosso,
enquanto a
morte preparava seu ato.
Vivi como
quem está morto por dentro,
putrefato, cansado
e aborrecido demais.
Achava que a
missão da vida era ter paz,
até quando
veio a morte ao meu encontro.
Aí já não
havia mais paz, nem falsa alegria,
tudo era bem
real: um tapa em meu rosto.
A mais
temida por todos tomou seu posto
e veio ter
comigo em minha companhia.
Meus ossos
se gelaram, meu sangue fugiu
das veias
tal qual areia da ampulheta.
A ladra de
vidas tocou-me sua palheta
num baque, a
vida por meus olhos se esvaiu.
Minhas
parcas lembranças tolas, todas
de uma vez me
apareceram e eu chorei.
Não havia
nada digno da vida, bem sei.
Mal
aproveitei dela suas horas puídas.
Muito embora
para mim seja tão tarde,
venho aqui
deixar-lhe aviso, amigo meu:
aproveite bem
a vida, e não seja como eu
que passei
por ela, sem fazer qualquer alarde.
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